A pedra no caminho. Ela novamente apareceu. E um pedregulho.
Uma pedra que me desanimou, que fez mudar totalmente meu caminho. Um caminho mais longo, mais estreito, com um sol mais forte que atrapalha minha visão e me deixa mais confuso.
A pedra é ditadora e covarde, quis não apenas atrapalhar meu caminho, quis também me calar, pois minha boca não abria quando eu tentava falar sobre como ela me prejudicara. Quis me fazer impotente, sem escolhas. E eu me senti perdido e sozinho. E tive vontade de parar de seguir em frente e voltar.
Mas como eu disse antes, eu tenho anjos comigo. Eles não me deixaram voltar, e muitas vezes até me empurravam. E me acalmavam quando eu tinha vontade de voltar e chutar a pedra, pois sabiam que eu ia quebrar o pé. E me convenceram de que no final da jornada a pedra iria cair, pois ela é uma pedra, não uma rocha. Pois uma rocha se constrói com verdades, não com farsas. E essa pedra parece muito forte, mas na verdade é oca e frágil, e não vai durar muito tempo. Vai virar areia, e o vento vai levar.
O importante é que depois disso nós ficamos. E vamos falar sobre o que quisermos, inclusive da pedra. Mas não com raiva, apenas pena, ela não sabe o que faz. E vamos rir, e beber cerveja, porque meus anjos não são puritanos. E estaremos preparados para mais pedras como essas. E terei os anjos comigo, em momentos que eu gostaria de congelar, como quando eu como bacon ou ando em um cavalo preto que não me obedece, no meio de um paraíso não tão distante. Esses momentos são meus atalhos, que encurtam a distância de um percurso árduo e me fazem esquecer dessas pedras.
E sim, eu devo ter alguma fixação com pedras e anjos.
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