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sábado, 23 de abril de 2016

Tempos difíceis para os que sonham

Eva disse uma vez: tempos difíceis para os que sonham.
Tempos em que retiram meus direitos, que retiram minha liberdade de agir, de falar, de pensar. Tempos de agressões, de indecisões, dores e injustiça.
Os tempos estão difíceis. Não tenho muito tempo para parar, e quando paro, o tempo já passou.

Mas perigosa mesmo é a era que não me permite sonhar. Isso não posso aceitar. Perco sangue, perco a força, perco a paciência, perco as minhas chaves, mas não perco a mania de sonhar. Pois sonho, logo existo. Se não sonho, não amo, não vivo.
Pode ser um tempo difícil para os que sonham, mas que não seja difícil sonhar. Ou os tempos não serão difíceis, serão impossíveis.


Sigo sonhando. Sonho pelo riso da criança, sonho pelo cheiro de café, sonho pelos bons desejos, por mais sorrisos, por esperança, pela minha fé. E quando cada sonho se realiza, os tempos ficam menos difíceis. Ou é só mais um sonho meu. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Outro caminho

A pedra no caminho. Ela novamente apareceu. E um pedregulho.
Uma pedra que me desanimou, que fez mudar totalmente meu caminho. Um caminho mais longo, mais estreito, com um sol mais forte que atrapalha minha visão e me deixa mais confuso.

A pedra é ditadora e covarde, quis não apenas atrapalhar meu caminho, quis também me calar, pois minha boca não abria quando eu tentava falar sobre como ela me prejudicara. Quis me fazer impotente, sem escolhas. E eu me senti perdido e sozinho. E tive vontade de parar de seguir em frente e voltar.

Mas como eu disse antes, eu tenho anjos comigo. Eles não me deixaram voltar, e muitas vezes até me empurravam.  E me acalmavam quando eu tinha vontade de voltar e chutar a pedra, pois sabiam que eu ia quebrar o pé. E me convenceram de que no final da jornada a pedra iria cair, pois ela é uma pedra, não uma rocha. Pois uma rocha se constrói com verdades, não com farsas. E essa pedra parece muito forte, mas na verdade é oca e frágil, e não vai durar muito tempo. Vai virar areia, e o vento vai levar.

O importante é que depois disso nós ficamos. E vamos falar sobre o que quisermos, inclusive da pedra. Mas não com raiva, apenas pena, ela não sabe o que faz. E vamos rir, e beber cerveja, porque meus anjos não são puritanos. E estaremos preparados para mais pedras como essas. E terei os anjos comigo, em momentos que eu gostaria de congelar, como quando eu como bacon ou ando em  um cavalo preto que não me obedece, no meio de um paraíso não tão distante. Esses momentos são meus atalhos, que encurtam a distância de um percurso árduo e me fazem esquecer dessas pedras.

E sim, eu devo ter alguma fixação com pedras e anjos.