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terça-feira, 19 de outubro de 2010

A jornada (parte 4)




Quando abri meus olhos notei que meu corpo estava pesado
e que estava vestido com uma armadura e que empunhava uma espada
Percebi então que não só no espaço eu tinha viajado
Estava em outra cidade em alguma época do passado
Preso numa cela com outros três enjaulados
De repente a cela é aberta e sou empurrado para fora por meia dúzia de soldados
Eles me levaram para um local onde a alegria do público era plena
A platéia gritava e vibrava com cada gota de sangue derramado
Estava dentro de uma arena
Quando meu oponente deferiu um golpe que me acertou o rosto
Caí no chão e senti uma enorme dor
Vi que não era fácil essa vida de gladiador
Ao menos não havia quebrado nenhum osso
Ainda estava tonto quando ele veio correndo me dar o golpe de misericórdia
Mas numa fração de segundos desviei dele e cravei a espada em seu pescoço
O combate estava terminado e a platéia gritava meu nome: "Natanael, Natanael!"
Após isso fui tratado como rei
Várias mulheres me deram banho, vinho e mel
dentre outras coisas...
Todo o conforto e luxo eu tinha nos meus aposentos
Dentro de um palácio, ao lado de um convento
Dessa parte não tenho o que reclamar
Mas eis que da janela surge novamente a maldita coruja
Que dizia que teria que me levar
E a minha resposta, é claro, foi não
A coruja, irada, dessa vez não se transformou em leão
Pior, transformou-se em dragão
Cravou suas patas em mim e voou
Quebrando todo o teto dos meus aposentos
Levando-me aos céus, pensei:
"-Adeus Elísio, nesse lugar eu gostei de estar"
A maldita coruja-dragão me soltou e caí em outra cidade
Que não ficava na terra e nem no mar
Minha mais nova cidade flutuava no ar.

Obs: Não levem a sério a foto, oeahaeohohea