Pages

sábado, 7 de maio de 2011

Baleia e eu

        

Um dia, sob os efeitos alcoólicos de algumas cervejas, conversei com um passarinho, que vivia dentro de uma gaiola, no corredor da minha casa. Como era de se esperar, eu falei mas ele não me respondeu. Mas se ele tivesse respondido...

  EU: Passarinho, você tem sorte.
  PASSARINHO: Sorte por que?
  EU: Porque fica aí dentro, sem nenhuma preocupação, recebendo comida e bebida
  PASSARINHO: Cara, você é cego? Eu tô preso aqui.
  EU: Você quer que eu te solte?
  PASSARINHO: Não, agora já era. Passei minha vida toda aqui. Não conseguiria viver lá fora.
  EU: Ah, mas sua vida não é tão ruim, Passarinho. Você não tem estresses, problemas a serem resolvidos.
  PASSARINHO: Em primeiro lugar, pare de me chamar de Passarinho. Eu tenho nome.
  EU: Tem? Qual?
  PASSARINHO: Meu nome é Baleia. Você não sabia meu nome porque eu não posso falar.
  EU: Mas você está falando!
  BALEIA: Não estou. Você é que tá bêbado.
  EU: Ah é...
  BALEIA: Responde uma coisa. Seu sonho era poder voar né?
  EU: Aham.
  BALEIA: Pois é. Eu tenho asas mas não posso voar, tudo porque um idiota me enfiou dentro dessa gaiola desde que eu nasci.
  EU: =/
  BALEIA: E eu não posso encher a cara quando estiver deprimido, que nem você. Porque se eu bebo esta porcaria que você bebe, eu morro!
  EU: Tá, tá, chega dessa conversa. Mas que pássaro resmungão. Vou dar uma geral aqui na cozinha senão minha mãe me mata.
  BALEIA: Eu mencionei que fui separado dos meus pais ainda filhote e que nem me lembro deles?!!
  EU: Chega Baleia! Você venceu! Parei de beber, que saco...

Um comentário: