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sábado, 23 de abril de 2016

Tempos difíceis para os que sonham

Eva disse uma vez: tempos difíceis para os que sonham.
Tempos em que retiram meus direitos, que retiram minha liberdade de agir, de falar, de pensar. Tempos de agressões, de indecisões, dores e injustiça.
Os tempos estão difíceis. Não tenho muito tempo para parar, e quando paro, o tempo já passou.

Mas perigosa mesmo é a era que não me permite sonhar. Isso não posso aceitar. Perco sangue, perco a força, perco a paciência, perco as minhas chaves, mas não perco a mania de sonhar. Pois sonho, logo existo. Se não sonho, não amo, não vivo.
Pode ser um tempo difícil para os que sonham, mas que não seja difícil sonhar. Ou os tempos não serão difíceis, serão impossíveis.


Sigo sonhando. Sonho pelo riso da criança, sonho pelo cheiro de café, sonho pelos bons desejos, por mais sorrisos, por esperança, pela minha fé. E quando cada sonho se realiza, os tempos ficam menos difíceis. Ou é só mais um sonho meu.